História do desenvolvimento da bossa-nova no Brasil

História do desenvolvimento da bossa-nova no Brasil

A bossa nova é um estilo relativamente novo de música brasileira que combina os harmônicos do jazz e os ritmos locais (especialmente o samba). O próprio nome “bossa nova” está associado à gíria brasileira “bossa”, que estava na moda no final da década de 1950 e significava mais ou menos a mesma coisa que o russo “chip” (peculiaridade, característica brilhante). Assim, o nome desse gênero musical é traduzido como “novo chip” ou, literalmente, “novo estilo”.

Distribuição da bossa nova no Brasil

Originalmente, a bossa nova era tocada em festas e shows em casas no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro (um lugar onde moravam pessoas ricas). No entanto, logo deixou de ser apenas “música para poucos escolhidos” e passou a ser ouvida em clubes, cafés de arte e simplesmente nas ruas das cidades brasileiras.

Fundadores do gênero

Embora no final dos anos 50 tenha surgido uma infinidade de compositores e intérpretes talentosos da bossa nova (entre os quais se destacaram João Gilberto, Luis Bonfa e Baden Powell), Antonio Carlos Jobim (pseudônimo de Tom Jobim) é considerado o fundador do estilo musical.

Primeiro sucesso e fama internacional

O ponto de referência da bossa nova pode ser a primeira gravação da música “Chega de Saudade”, escrita por Tom Jobim e interpretada por seu amigo João Gilberto no Rio de Janeiro em 1958. O primeiro exemplo de sucesso da bossa nova foi o álbum “Canção do amor demais”, gravado por Elisette Cardoso e João Gilberto em 1958. E o verdadeiro sucesso, graças ao qual a bossa nova ultrapassou as fronteiras nacionais, foi a mundialmente famosa “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim. Outros sucessos internacionais e verdadeiros standards do jazz foram “Corcovado”, “One Note Samba” e “Desafinado”.

Em apenas alguns anos (no início dos anos 60), a bossa nova estava no topo das paradas americanas e, no início dos anos 70, tornou-se uma marca registrada da música brasileira em todo o mundo. As músicas e letras de Tom Jobim mostram claramente o amor romântico e a beleza feminina não correspondida. Muitas canções foram batizadas com nomes de mulheres: “Teresa da Praia” (a primeira esposa de Jobim), “Ligia”, “Luiza”, “Izabella”. “Toda mulher que eu não tenho é uma canção que eu escrevo”, Jobim dirá um dia. Talvez por isso haja uma intimidade e uma sinceridade especiais nas harmonias suaves da bossa nova.

O papel das mulheres na bossa nova

Outro dos pais da bossa nova (João Gilberto) acreditava que somente uma vocalista feminina poderia transmitir essa mistura de riqueza musical e melancolia, que, de fato, é o coração da música da bossa nova. Por esse motivo, a mais proeminente condutora da cultura da bossa nova para o Ocidente tem sido a vocalista Astrud Gilberto (esposa de João Gilberto). O charme modesto de sua voz e sua técnica de apresentação simples e despojada conquistaram ouvintes em todo o mundo. Até hoje, sua maneira discreta e como uma brisa de vento fresco de se apresentar continua sendo a marca registrada da bossa nova brasileira.

Bossa nova e jazz

Diferentemente da música afro-cubana anterior (como a rumba ou o mambo), a bossa nova não se tornou explicitamente uma música de dança e entretenimento, pelo menos pelo fato de ter sido exportada do Brasil e ter se tornado a principal música dos jazzistas.

A bossa nova assumiu o caráter de música de concerto e de clube para os amantes da música por causa de suas harmonias mais refinadas, melodia sofisticada e ritmo relaxado. Começou a moda do que é conhecido como jazz-bossa (Jazz-bossa). Essa música bonita e delicada com harmonias incomuns (mas próximas dos padrões do jazz) tornou-se, de certa forma, um contrapeso às principais tendências do desenvolvimento do jazz no início dos anos 60.

As melodias graciosas, refinadas e emocionais de Jobim se tornaram uma alternativa real ao jazz tradicional para os músicos de jazz dos anos 60. A bossa nova foi uma espécie de agente suavizante, tornando-se um momento atraente na luta do jazz pela sobrevivência em meados dos anos 60.

Projetos de colaboração com Frank Sinatra

Os anos 60 viram uma série memorável de colaborações com Frank Sinatra (começando com o álbum Sinatra/Jobim). Nessas colaborações, a elegância discreta da música de Jobim forçou Sinatra a suavizar sua propensão para o pathos da performance. “A última vez que cantei com tanta ternura foi quando estava com laringite”, confessou Sinatra no final da gravação.

A bossa nova é a música mais luminosa do mundo. Ela evoca os melhores e mais agradáveis sentimentos humanos e nos incentiva a sonhar. Ao ouvir a bossa nova, você imediatamente se vê em algum lugar de Ipanema, observando as cores exuberantes de uma noite do sul lentamente se desvanecerem sobre a cena da festa no Rio de Janeiro, e a noite quente azul-púrpura chegar do oceano. As pessoas precisam de música bonita. É por isso que a bossa é sempre nova!!!

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